30/09/2007

Chove lá fora

Sinto teu perfume
a rua corre apressada

ruídos e músicas

agarro-te em beijos

sonhando

oiço o mundo a girar

hoje os pássaros não voam

só os sonhos

não há borboletas

nem castelos no ar

apenas tu

beijo em caricias

teus seios

perscruto teu corpo

Lá fora chove

um pingo rápido bate na vidraça

ébrio do teu aroma

a vida corre nas veias

pula irrequieta

és lugar onde

num ápice

apanho teu corpo

nesse doce momento

vens para mim

lá fora os ruídos do mundo

fogem presos ao chão

a vidraça embaciada

percorro teu corpo

num beijo atinjo teu ventre

um sorriso aflora nos teus lábios

estremeces

28/09/2007

Beijo

Beijo-te, em sonhos delirantes
num mar sem navegantes
sou nau catrineta
com suas velas ao vento
rumando a teu porto seguro
entrando em ti
na descoberta de novos mundos
paixão
ave que em círculos voa
por não saber outro rumo

Beijo-te, em sonhos delirantes
num oásis perdido no deserto
amo-te até à exaustão
num conto das mil e uma noites
num kama sutra dos sentidos
serei beduíno, serei , serei teu
em ti entrego as minhas forças
e nesse amor me deixo morrer
ampara minha alma
escuta meu coração
que em jorros de felicidade se deixa por ti abater

Beijo-te, em sonhos delirantes
nesses olhos onde vejo o mar azul
navegar neles queria eu
e por um único momento ser teu escravo
remador, remaria por ti até ao fundo do ser
entrando por mares, e oceanos
pulsando teu coração me diria por onde ir
teus lábios palavras loucas diriam
em carícias minhas feridas tratarias
e com chicotadas esses suspiros me amariam

27/09/2007

Tu

Em gotas de sede
cais do azul firmamento
sacias a terra
embebedas os povos
as tuas gotas formam lagos
que em rios correm para o mar
em ondas que levam barcos
em marés de boa e má sina
nos meus desgostos
rolas pela minha face
violentas as minhas mãos
com teu salgado sabor
poderosa guerreira dos Universos
derrotas exércitos
com tua força
de quereres fugir
de onde vens
sem teres certeza de querer
matas-me a sede de viver
em ti
02/07/2000

26/09/2007

Janela


Olho pela janela
lá fora o frio
o gelo
a noite
cá dentro o calor
a luz do teu olhar
olho a janela
refugio-me nos teus braços
nos teus sonhos
no pensamento de te querer
Olho pela janela
e aperto-te
forte
sereno
contra o peito
que pena não estares aqui
Olho pela janela
e tu
não vens

2000/07/11

25/09/2007

Ilha Tu


No pôr-do-sol vi o teu olhar
à luz da Lua banhei-me no teu corpo
na noite escura
perdi-me em ti
sombras da madrugada da vida
trouxeram-me de volta
estava perdido
enfeitiçado pelos teus beijos
inebriado no teu perfume
cambaleava em ti
como um bêbado
dava voltas ao acaso
nada encontrava
tudo perdia
Em ti vi o sol
perdi o luar
esqueci o dia
dominei a noite
e acordei mais homem

Vida

Vida
luz
cor
vives cada momento
alegre
triste
és tu
sou eu
o outro
outros
respiras
despes-te de preconceitos
olhas
não vês nada
só sentes
tacteias
e deleitas-te
nesse teu vício
como se ópio fosse
emanas virilidade
danças a tua
última valsa
ensaias um tango
o pano vai cair
mas tu
não desistes
dás um mortal
acertas na lua
jogas às escondidas
és
fugiste
brincas contigo
és a heroína
que nunca morre
és quem queres
que eu seja
rastejas
voas
praguejas
e a tua irmã
calada sossega
espera o momento
anseia a quietude
e quando
te calas
ela
devagar
ao teu lado
deita-se
afaga-te o cabelo
sussurra-te
cantigas
embala-te
nos seus braços
e tu
vida
vida vivida
nesses braços
como um recém-nascido
que dorme
no regaço de sua mãe
que vela
e cuida
rezando
aos anjos
para que nada
pecaminoso
suceda
com seu rebento
tu vida
que nos braços
da morte
descansas
vive a vida
nessse sono tranquilo

24/09/2007

Pensando


A serra entra direita no mar
funde-se no azul
num colorido de sons marítimos
brilhando no Sol da tarde
ao longe um areal
afoga-se estendendo-se até ao mar
confunde-se com o horizonte
mescla de cores
onde se esbatem os verdes nos azuis celestes
dourados pululam entre o arvoredo
sob um Sol abrasador
numa tarde de Primavera
no murmúrio das ondas
escuto uma canção
sereias invocam teu nome
numa serenata ao Sol
gaivotas que bailam nos céus
numa magia de tons
o tempo parece ter parado
silencioso murmurar
de areias que se deitam no mar
como dois amantesque se beijam no olhar dos lábios

23/09/2007

Voas para alem de mim




Vogas contra a corrente
meu peito solto no vento
sopra forte
voas para alem de mim
procuro-te
entre a noite dos dias que hão-de passar
deambulas por entre as nuvens
e os pássaros
entre as lágrimas que seco nos lábios cerrados
e o perfume de ti mulher
entro numa espiral
esses olhos que me assolam
e os lábios que beijo
entre preces
reato esse aroma
teus cabelos apanhados num oceano de paixão

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