Noite

São as noites tão belas com as estrelas brilhantes
a Lua pendurada no firmamento olhando o Sol
os beijos caiem em estrelas cadentes
cruzando os céus limpos de nuvens
São as noites companheiras dos amantes
errantes notivagos do amor
os braços presos nos perfumes enebriantes
de corpos salgados no suor
languidos os movimentos perpetuos
levados pelo luar
São as noites os beijos perdidos no lusco-fusco
e os olhares perdem-se no escuro
só os amantes se reconhecem
e a Lua beija o Sol
em pequenos movimentos do meu olhar

Assim

a lua veio beijar-me na face
deu-me a mão
saltamos o ribeiro
abri meus braços
aninhaste-te no meu peito
prendi-te num beijo
os lábios vadiam
pele presa no corpo
as estrelas envergonhadas sairam
as mãos perderam o norte
entram a sul
sem sentido
os corpos suam
a lua beijou-te a face
o sol entra pela fresta da janela
os dedos procuram caminho
bocas
olhos fechados
expressoes perdidas
a lua beijou-nos
os corpos despidos

Lua

Lentamente sai o sol do dia
percorre o caminho sem olhar para trás
a lua triste olha-o de mansinho
pede-lhe em surdina um beijo
mas o sol não ouve e deita-se para lá do horizonte
Fica a lua triste e sozinha
olhando o mundo lá em baixo
aquelas luzinhas que brilham lá longe
e os amantes perdem-se em beijos
que a lua não consegue do sol