02/07/2017

Porque não consigo deixar de pensar em ti? Porque atropelo os meus sentimentos, enrolo o cérebro e vou sempre parar ao teu sorriso? Porque não esqueço este amor? Porque não consigo voar para outros braços? Parto o corpo, mato a alma e perfuro o coração e sempre estás aí Quero fugir esquecer olhar para outra, mas os teus olhos estão sempre lá.
Como se enterra um amor?

23/04/2017

Na quietude da manhã ouço tua voz
os silêncios dos teus lábios
atravessam a sala e esbarram nos meus
enlaçados nessa mudez
somos um rio de desejos, que desperta o dia
soltamos os corpos, voamos para além da Lua
Seria, assim, o despertar idêntico ao anoitecer
quando as aves se escondem em seus ninhos
e as estrelas vêm fazer-me companhia
as nuvens breves pintam o céu de um negrume pálido, e por momentos sonho
Quando te perdi, quando ceguei?
Respostas perdidas no tempo
em que deixei de beijar teus olhos
e olhar para ti, para lá do corpo
A quietude da manhã traz-me de volta
a solidão

16/03/2017

Quem me convidou a amar-te?
Os teus olhos, as tuas mãos
o meu peito que ardeu como brasas
num ritual multicolor
pleno de loucuras celestiais
voou para lá do hemisfério
numa dança tresloucada
trespassado por palpitações
que gritavam teu nome
nas noites quentes de verão
nas manhãs frias do inverno
Quem me convidou a amar-te?
A tua boca, as tuas pernas
e o coração disparou
como flecha de cupido
gritou a tua presença
nas tardes longínquas
daquele mês de Outubro
naquelas ruas de Lisboa
Quem me convidou a amar-te?
Os teus beijos tranquilos
o calor do teu corpo
onde me perdi

15/03/2017

Voam na minha mente
beijos perdidos
os teus braços agarram-me fortes
são o meu porto de abrigo
neles escondo as minhas lágrimas
A distância traz luzes
e marés de sonhos
somos um muro
contra o mundo lá fora
nada nos derruba
Voam no pensamento
as noites acordados
loucos de paixão
numa cama desbravada
corpos suados
nos beijos trocados

12/03/2017

Pára de bater coração
acaba com este sofrimento
a mente não tem coragem
de acabar com a dor
só tu coração podes parar
só tu podes pôr fim
a esta dor
que o peito
está a sentir
Pára coração
não me deixes mais continuar
nesta vida vazia
neste silêncio amordaçado
Pára coração
finaliza meus prantos
de lágrimas secos
de dores tão atrozes
Pára coração
deixa-me partir
para longínquos lugares
onde se perdem os amantes
que erram pelos silêncios
sem esta dor no corpo
Pára coração
e deixa meu cérebro
fundir-se no alvor da morte

10/10/2015

Mergulho sem tempo nos dias que me escorrem das mãos
afogo meu corpo nas horas de solidão
olho sem mágoa as estrelas no firmamento
ao meu redor apenas silêncio
no meu pensamento um vazio ecoa nas vozes de outrora
vejo o mar fundir-se com as nuvens
espero ver-te ao fundo do cais
uma sombra ergue-se na neblina
a voz suave das tuas mãos
voam na minha direcção
perco o equilibrio
escorrego na passadeira
mergulho no asfalto negro e sujo
perco o teu olhar
e as tuas mãos estão longe

11/06/2013

A estrada estende-se perante os nossos olhos
queremos chegar
ao porto de abrigo
desta noite
as estrelas caiem sorrindo
a lua olha-nos
maliciosa
as portas abrem-se de par em par
a recepcionista sorri-nos
um elevador que nos sobe
o quarto que se abre para nós
a lua olha-nos
maliciosa
e as estrelas caiem sorrindo
janelas abertas para a noite
os meus braços envolvem-te
os teus olhos
beijam-me
sons
a lua olha-nos
sorrindo
sussurras
as mãos voam
como o carro sobre o asfalto
a noite corre
lábios que se perdem em palavras
beijadas
percorro teu corpo
cada poro uma paragem
êxtase
as estrelas olham-nos
lábios em desvario
maliciosas
as mãos seguem o rumo
olhos cerrados
corpos curvados
calor
e a lua cai
sorrindo
os teus olhos semicerrados
o teu corpo colado em mim
espelhos cúmplices
o sol
beija-nos
deixamos os corpos
e dormimos

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