23/04/2017

Na quietude da manhã ouço tua voz
os silêncios dos teus lábios
atravessam a sala e esbarram nos meus
enlaçados nessa mudez
somos um rio de desejos, que desperta o dia
soltamos os corpos, voamos para além da Lua
Seria, assim, o despertar idêntico ao anoitecer
quando as aves se escondem em seus ninhos
e as estrelas vêm fazer-me companhia
as nuvens breves pintam o céu de um negrume pálido, e por momentos sonho
Quando te perdi, quando ceguei?
Respostas perdidas no tempo
em que deixei de beijar teus olhos
e olhar para ti, para lá do corpo
A quietude da manhã traz-me de volta
a solidão

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