03/12/2007

Enamorados

O Sol faz a ultima viagem
a Lua está ali mesmo ao virar do mundo
entreolham-se
as estrelas espreitam
e um beijo solta-se numa espiral colorida
fundem-se os corpos
e ao longe ouve-se baixinho
um suspiro
sede de beber por esse cálice
sorver o nectar de teu corpo
Olhando de mansinho o Sol esconde-se
e a Lua envergonhada
solta-lhe um beijo
dormem nos braços
das estrelas cadentes

21/11/2007

As tuas mãos

A noite chega devagarinho
as tuas mãos quentes em mim
ao ouvido sussurro-te
prendes em mim o beijo
percorro-te
nas curvas da tua silhueta paro
os lábios procuram prazeres imensos
a tua pele contra a minha
volúpia
entro em ti devagar
e a pele doce de aromas salgados
entontece os sentidos
perdidos na noite
entre sussurros e suspiros
eclipses de mim em ti
corpos suados
fundidos num só
e a noite avança
lentamente
como o teu corpo no meu

11/11/2007

Em ti

Largo os olhos contra a pele
poiso os lábios
pele macia
deixo a mente
no teu corpo
suspiros
deixo o corpo
e a pele
roçam as mãos
dedos finos que se apertam
lábios presos num beijo
olhos
correm as horas no relógio
debatem-se os corpos
rolam as mãos
perdidos
gemidos abafados num beijo
lá fora a noite sorri

04/11/2007

Voam as cordas nas pontas das mãos
separados pelo desejo de ter
apartados pelo querer que não temos
voamos aos encontrões
navegamos sem rumos nem destinos
perdidos entre o deserto de ser o que se deseja
ganhamos a vida do outro
no palco dos sentidos nada temos
mãos que se perdem
nas aguas desse olhar
no corpo banhado pelo luar

Voam as cordas nas pontas das mãos
dos lábios sai o silêncio de um beijo esperado
e os olhos que se abraçam
águas presas
um grito que rasga o tempo
um beijo que se solta no olhar
os teus olhos que me prendem
as mãos que me apartam

29/10/2007

Sentir

Atropelo-me,
atraso-me,
adianto-me
penso-te,
sinto-te,
cheiro-te
sem te ver olho-te
nesse olhar, vejo-te
cheiro-te,
perco-me
beijo-te em catadupas
de imaginações sensuais
imagino-te
sonho-te
escondo-me
nesta minha valentia
de te ver em sonhos
de te beijar
estás,
sinto-o na pele
perco-me
atropelo-me,
olho-te, não estás, mas és tu
tu, és a pele que me envolve

00/05/11

22/10/2007

Loucas noites

Quero afogar-me nesse decote
perder os sentidos em ti
entrar no teu peito
respirar esse perfume
deambular em tuas ancas
deixar meu corpo para trás
prender-te
na pele
no beijo deixado no ar
quero deixar meus olhos
agarrar teu ser
entrar em ti
erguer-te nos ventos
prazeres infimos
gemer ao teu sabor
Quero entrar nesse decote
percorrer-te
tactear
vacilar
e nao ter medo de me perder
sentir o sal de teu corpo
nadar em tua lingua
atravessar o oceano
turbilhoes de gemidos
linguas presas
nos corpos suados
corpos soltos pelo chão
prazeres infinitos
razão de te
querer entrar pelo decote

17/10/2007

Amar-te


Vens nas gotas da chuva da tarde
olhas-me
lábios sedentos de um beijo
mãos
prendem-me teus olhos
eclipse solar
as sombras são teu corpo
preso em ti
eu homem
derramo em ti meu ser
o sol aquece
dentro de ti
um mundo
meu corpo derrete em ti
aperto contra forte
beijo
pedido no tempo
suspiro
olhos que se beijam
aqui
viril meu corpo
profeta o teu
perfume
dança de sentidos
tuas pernas
minhas
maos
lábios presos no corpo
pele macia
olfactos de prazer
gemidos
envolvem-nos
envolto em teus abismos
flutuo
nas curvas do teu corpo

14/10/2007

O mar calou-me


12/10/2007

Porque esperas

Porque esperas?
vens, partes
trazes-me e levas-me
deixas-me, apanhas-me
Porque esperas?
não sabes o que me fazes
perco-me em ti
enquanto espero

e o meu corpo vacila
as chagas sagram
lágrimas perdidas na face
e o corpo espera
trazes a vida
que roubas no olhar
Porque esperas?

09/10/2007

Viajo contra a corrente
esses olhos castanhos
cheios de um mundo
onde as lágrimas fazem mares de ilusão
e os risos são o sol que te desbrava o olhar
olhei através de ti o universo colorido
dos sorrisos
a tua cintura fina
roda nas ancas firmes
que aperto entre estas mãos fracas
navego em tuas pernas
como na imensidão do oceano
no teu olhar encontro a paz da alma
dos teus lábios escuto sereias mil
entoando longínquas odes ao vento suão

08/10/2007

Beijei-te

Não viste mas olhei-te nos olhos
bebi teus lábios
tão sôfrego
quase sufoquei

e as gentes e as horas andando
procurando novos mundos

Não viste mas olhei-te
e tu falaste
beijei-te e tu não viste

poisando debaixo da ponte
o rio passa lento

Não viste mas beijei-te
nos olhos que viam a paisagem
como pássaro que voa
meus lábios passaram pelos teus
num beijo perdido no tempo

07/10/2007

Sabias?

Sabias, o pensamento voa
a razão pode perder-se num beijo

eternos são os amantes

nas vagas desse mar alteroso
navega o meu barco
perdido o norte
resta-lhe a sorte
de em teu porto encalhar

o que esperas para me chamar

junto ao cais fumo um cigarro
vem gente do mar
correrias selvagens
carros que buzinam
vida que palpita

não te posso chegar

passam dias sobre as noites
perdido navego pelas ruas da cidade
busco-te em cada esquina

onde estás

vagabundo do teu ser
desmaio nas sarjetas da avenida
as pétalas das rosas sangram
do meu peito sai um grito mudo

porque foges

neste aperto o coração morre
respiro-to na essência das fragrâncias

os barulhos da cidade morrem

aperto-te entre os braços
beijo eterno pudesse ser

sonhos de paixão
afrodisíaco do amor
que embriaga quem o toma
nos teus braços morreria
se por amor mos desses

a noite é dona do mundo
viúva negra
esconde os amantes

eu aqui perdido
em teu peito adormeço

Na fuga dos sentidos, vemos o mundo
compensamos a insanidade diária
em doses de loucura e histeria

abraçamos o surreal com um sorriso estúpido
amamos quem nos desgosta
afivelamos esperanças
somos pirómanos
tocadores de lira

Na fuga dos sentidos, vemos o mundo
o belo e o monstro
ri-mos com vontade de chorar

no pousar do corpo acordamos suados
enlaçados no amor que produzimos
do dois que fomos um

06/10/2007

Guardadora de amores


Guardadora de secretos amores
espalhas teus encantos
pelo meu corpo
lábios que me beijam
em carícias de paixão
ventre de coral marinho
nos olhos mundos doces
afundo meus sentidos
plenos de dor
num cosmos infinito
num perpétuo movimento
ritmado
num aquário de surpresas
onde nadam peixes multicolores
conhecendo teus sinais
sabendo por onde vais
sei também o teu caminho
guardadora de secretos amores
2003/04/07

04/10/2007

Sentidos

De norte a sul
percorro teu corpo
aqui um beijo
mais além um olhar
carícia que foge das mãos
silencio dos lábios colados
num abraço de línguas
presas na cor da parede
De norte a sul
perco-me em ti
no sal de tuas costas
no doce mel de teu peito
electrizas meus sentidos
nos braços nus
no calor de tuas pernas
onde me deito
feitiços em êxtase
ofegantes deitamos em nós
o calor dos sóis
iluminados na noite
suspiros colados
nos corpos suados
onde o mundo pára
os silêncios se tocam
num mar de ilhas
onde sereias descansam
sob teu olhar

03/10/2007

O Sol desperta lentamente
olhando a Lua
beijando-a com ternura
numa carícia
no lusco-fusco do quarto
onde dormes
O Sol olha a Lua
deitado nos seus braços
morreria
nos seus lábios
deposita a vida

Em ti

Passo pelo tempo devagar
percorro teu corpo lentamente
sequestro um beijo
deixo teus seios hirtos
teu baixo ventre
loucura de amantes
nas pernas torneadas
perco os sentidos
louco
abraço tuas ancas
deixo-me ir por esse rio
palpita teu coração
lábios entreabertos
procura de beijo
deposito minha lingua
nos segredos de teu corpo
no mais fundo do teu ser
entro em ti
será talvez tu em mim
atravessas oceanos de prazer
encerras em mim
toda a força do teu corpo
gemidos abafados num beijo quente

02/10/2007

Vazio de poeta

Vai-te poesia que dilaceras a alma
sai de mim
dá-te a tantos outros que te querem
rasgas-me as entranhas
feres em mim as mãos que te escrevem
dóis-me na alma de não te saber
corres nas veias
sangue quente da vida
atravessas todo o meu ser
és o beijo que não dei
a vergonha de te ver
és a mulher que amo
o ódio que não sinto
Vai-te poesia
dá-me o mundo em teu olhar
percorre os corpos nus
dos amantes
dos sonhadores
olho para ti
quero ver-te partir
sair de mim
entrares por esse mundo
Vai-te poesia
sai de mim liberto-te

01/10/2007

Simples

És a Lua que ilumina o Sol
e aquece o corpo num feiticeiro olhar
incendeias o mundo
transportas-me nas tuas asas
para além das galáxias
numa explosão multicolor
voo entre as estrelas
bebo o néctar da vida
sorvo em ti
o sangue que pulsa
nas minhas veias

30/09/2007

Chove lá fora

Sinto teu perfume
a rua corre apressada

ruídos e músicas

agarro-te em beijos

sonhando

oiço o mundo a girar

hoje os pássaros não voam

só os sonhos

não há borboletas

nem castelos no ar

apenas tu

beijo em caricias

teus seios

perscruto teu corpo

Lá fora chove

um pingo rápido bate na vidraça

ébrio do teu aroma

a vida corre nas veias

pula irrequieta

és lugar onde

num ápice

apanho teu corpo

nesse doce momento

vens para mim

lá fora os ruídos do mundo

fogem presos ao chão

a vidraça embaciada

percorro teu corpo

num beijo atinjo teu ventre

um sorriso aflora nos teus lábios

estremeces

28/09/2007

Beijo

Beijo-te, em sonhos delirantes
num mar sem navegantes
sou nau catrineta
com suas velas ao vento
rumando a teu porto seguro
entrando em ti
na descoberta de novos mundos
paixão
ave que em círculos voa
por não saber outro rumo

Beijo-te, em sonhos delirantes
num oásis perdido no deserto
amo-te até à exaustão
num conto das mil e uma noites
num kama sutra dos sentidos
serei beduíno, serei , serei teu
em ti entrego as minhas forças
e nesse amor me deixo morrer
ampara minha alma
escuta meu coração
que em jorros de felicidade se deixa por ti abater

Beijo-te, em sonhos delirantes
nesses olhos onde vejo o mar azul
navegar neles queria eu
e por um único momento ser teu escravo
remador, remaria por ti até ao fundo do ser
entrando por mares, e oceanos
pulsando teu coração me diria por onde ir
teus lábios palavras loucas diriam
em carícias minhas feridas tratarias
e com chicotadas esses suspiros me amariam

27/09/2007

Tu

Em gotas de sede
cais do azul firmamento
sacias a terra
embebedas os povos
as tuas gotas formam lagos
que em rios correm para o mar
em ondas que levam barcos
em marés de boa e má sina
nos meus desgostos
rolas pela minha face
violentas as minhas mãos
com teu salgado sabor
poderosa guerreira dos Universos
derrotas exércitos
com tua força
de quereres fugir
de onde vens
sem teres certeza de querer
matas-me a sede de viver
em ti
02/07/2000

26/09/2007

Janela


Olho pela janela
lá fora o frio
o gelo
a noite
cá dentro o calor
a luz do teu olhar
olho a janela
refugio-me nos teus braços
nos teus sonhos
no pensamento de te querer
Olho pela janela
e aperto-te
forte
sereno
contra o peito
que pena não estares aqui
Olho pela janela
e tu
não vens

2000/07/11

25/09/2007

Ilha Tu


No pôr-do-sol vi o teu olhar
à luz da Lua banhei-me no teu corpo
na noite escura
perdi-me em ti
sombras da madrugada da vida
trouxeram-me de volta
estava perdido
enfeitiçado pelos teus beijos
inebriado no teu perfume
cambaleava em ti
como um bêbado
dava voltas ao acaso
nada encontrava
tudo perdia
Em ti vi o sol
perdi o luar
esqueci o dia
dominei a noite
e acordei mais homem

Vida

Vida
luz
cor
vives cada momento
alegre
triste
és tu
sou eu
o outro
outros
respiras
despes-te de preconceitos
olhas
não vês nada
só sentes
tacteias
e deleitas-te
nesse teu vício
como se ópio fosse
emanas virilidade
danças a tua
última valsa
ensaias um tango
o pano vai cair
mas tu
não desistes
dás um mortal
acertas na lua
jogas às escondidas
és
fugiste
brincas contigo
és a heroína
que nunca morre
és quem queres
que eu seja
rastejas
voas
praguejas
e a tua irmã
calada sossega
espera o momento
anseia a quietude
e quando
te calas
ela
devagar
ao teu lado
deita-se
afaga-te o cabelo
sussurra-te
cantigas
embala-te
nos seus braços
e tu
vida
vida vivida
nesses braços
como um recém-nascido
que dorme
no regaço de sua mãe
que vela
e cuida
rezando
aos anjos
para que nada
pecaminoso
suceda
com seu rebento
tu vida
que nos braços
da morte
descansas
vive a vida
nessse sono tranquilo

24/09/2007

Pensando


A serra entra direita no mar
funde-se no azul
num colorido de sons marítimos
brilhando no Sol da tarde
ao longe um areal
afoga-se estendendo-se até ao mar
confunde-se com o horizonte
mescla de cores
onde se esbatem os verdes nos azuis celestes
dourados pululam entre o arvoredo
sob um Sol abrasador
numa tarde de Primavera
no murmúrio das ondas
escuto uma canção
sereias invocam teu nome
numa serenata ao Sol
gaivotas que bailam nos céus
numa magia de tons
o tempo parece ter parado
silencioso murmurar
de areias que se deitam no mar
como dois amantesque se beijam no olhar dos lábios

23/09/2007

Voas para alem de mim




Vogas contra a corrente
meu peito solto no vento
sopra forte
voas para alem de mim
procuro-te
entre a noite dos dias que hão-de passar
deambulas por entre as nuvens
e os pássaros
entre as lágrimas que seco nos lábios cerrados
e o perfume de ti mulher
entro numa espiral
esses olhos que me assolam
e os lábios que beijo
entre preces
reato esse aroma
teus cabelos apanhados num oceano de paixão

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